Nathan Sousa lançará livro no aniversário de 14 anos do Projeto
No dia 22 de maio, dia de Santa Rita de Cássia, o Projeto Música Para Todos receberá o escritor Nathan Sousa para lançar o livro de poemas “O Percurso das Horas”. A Biblioteca Orlânia Freire inaugura o quadro “Momento da Poesia” com o escritor e a partir do dia primeiro de abril publicará diariamente no site poesias dos autores que farão parte da programação de aniversário.
Nathan Sousa é escritor, poeta e letrista piauiense, nascido em Teresina e radicado em São Gonçalo do Piauí. Formado em Publicidade, Tecnólogo em Marketing e comerciante de profissão. É membro da Academia de Letras do Médio Parnaíba (cadeira de número 02), estreou nas letras em 2006, participando da Antologia Escritores Piauienses da União Brasileira dos Escritores. Colabora com jornais locais e blogs. Participa de 08 antologias de circulação nacional. Estará lançando seu segundo livro ainda neste semestre (Terra Interminável). Tem parcerias musicais com Sandro Moura, Wilseff Lago e Lucas Coimbra.
Como escritor e letrista Nathan define: “Escrever passou a ser o meu ato de liberdade e de penitência. Só assim consigo capturar o tempo que evapora como lembranças que só merecem a moldura que este mesmo tempo oferece como alimento. Escrevo porque minha audição é ruim e só o grito das minhas profundezas eu consigo ouvir bem. Escrevo com tudo o que tenho, mas não ouço a música saindo das palavras. A música toca profundamente como o último eco de um desfiladeiro e é a partir dela que transformo minha escrita no único instrumento que posso tocar sem me preocupar com a afinação”.
Nathan também é autor do livro “Poesia de Engenho” e participa das seguintes antologias UBE – Escritores piauienses 2006; Vivências – Edições AG (para países de língua portuguesa) (2010), Mário Quintana – Câmara Brasileira de Jovens Escritores (2012). Esta escrevendo o livro de contos “Modernas Formas de Angústia e Outras Risadas” e o romance. “Todo Lugar é Estrada”.
Poema
A quintessência de minha irmã
Reguei as flores do bem
e perdi os canteiros de Baudelaire,
no entanto a noite seguiu seu curso normal.
Na mesa ao lado
uma jovem recebe um buquê de orquídeas amarelas
em lisonjeio à poesia do mundo.
Um casal briga e o choro explode,
tangendo o romantismo
(mais uma ave em extinção)
que voa para bem longe
e ao lado das cegonhas cansadas
observa a propagação da carência em desespero;
dos corpos em seus devaneios psíquicos
provenientes do instinto sexual em amplo domínio.
Ainda lembro-me das andanças pelas ruas de São Gonçalo;
das noites frias
que suavizavam a cidade em sua paz corriqueira.
Há uma confusão de pensamentos
que alimentam minha insônia
e sinto fome de palavras.
Sinto fome de sossego,
mas a noite me aprisiona.
Na sala escura, não percebo minha irmã ofuscada,
com seu dedo a percorrer as letras invisíveis
da frase em crescimento.
Minha irmã,
tateando corações humanos com luvas de seda,
me pede uma explicação,
mas não tenho a dádiva de ver no escuro,
nem percebo com nitidez a essência primeira das coisas,
muito menos a quinta.