A MÚSICA BRASILEIRA ESTÁ DE LUTO: ADEUS À NANA CAYMMI!
A cantora Nana Caymmi morreu nesta quinta-feira (1º de maio/2024) aos 84 anos, calou-se uma das vozes mais belas do nosso país, mas a estrela de Nana será eterna e seu talento para sempre eternizado por sua voz. Ela estava internada na Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro. A informação do falecimento foi divulgada pelo irmão, Danilo. Segundo Danilo, Nana ficou nove meses internada no hospital, e passou por um “processo muito doloroso”, com “várias comorbidades” e sua causa mortis foi falência múltipla dos órgãos.
Criada desde o nascimento num ambiente musical, sua vocação aflorou muito cedo. Filha do compositor, cantor e violonista Dorival Caymmi, e da cantora Stella Maris, seu dom e talento para a música já vinha de origens familiares. Em 1960, iniciou sua carreira artística quando gravou na gravadora Odeom a faixa Acalanto, no LP do pai, que compôs a canção de ninar para ela quando era ainda criança. Ela e Dorival gravaram em dueto a canção.
Nana Caymmi começou sua carreira artística na década de 1960 e se tornou uma das maiores artistas do cenário musical brasileiro, com sucessos como ‘Resposta ao tempo’, ‘Não se esqueça de mim’ e ‘Suave Veneno’. Em 2019, gravou um disco com a obra de Tito Madi, e, no ano seguinte, outro com canções de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, seu último álbum..
Quem foi Nana Caymmi?
Nana Caymmi nasceu em 29 de abril de 1941, filha do compositor Dorival Caymmi com a cantora Stella Maris.
Ela começou sua carreira ao participar da faixa “Acalanto” do pai em um dueto. Dorival compôs a música como uma canção de ninar para a filha.
Gil e Nana se casaram em 1967 quando ele ainda era um jovem artista em ascensão. Ela havia acabado de vencer o I Festival Internacional da Canção da TV Globo, interpretando a canção “Saveiros”, do irmão Dori com Nelson Motta.
Com Gil, Nana compôs “Bom dia”, canção apresentada no III Festival de Música Brasileira (TV Record), em 1967. No ano seguinte, Nana e Gil estariam separados, mas não antes dela gravar compacto duplo, em que foi acompanhada pelos Mutantes de Rita Lee, cantando “Bom dia”, “Alegria, alegria” (Caetano Veloso), “O cantador” e “O penúltimo cordão” (do irmão Danilo com Caetano e Sergio Fayne).
Nana também foi casada com o pianista, arranjador e compositor João Donato, de 1972 a 1974, e com o cantor e compositor Claudio Nucci, de 1979 a 1984.
O primeiro disco da cantora foi lançado em 1965, com o nome “Nana”. Segundo o Instituto Memória Musical Brasileira, Nana gravou 31 álbuns de estúdio e três projetos em DVD. Durante a década de 1960, ela ficou ainda mais conhecida e fez aparições em programas de televisão com outras celebridades da época, como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Toquinho e Maria Bethânia.
O poder da voz de Nana Caymmi foi reconhecido em 1976, quando ela recebeu o Troféu Villa-Lobos de Melhor Cantora do Ano, pela Associação Brasileira de Produtores de Disco. Ao longo de sua carreira, Nana Caymmi foi indicada a quatro Grammys Latinos. Ela ganhou em sua primeira indicação, em 2004, pelo álbum “Para Caymmi, de Nana, Dori e Danilo”, na categoria de Melhor Álbum de Samba/Pagode.
A música brasileira fica mais silenciosa. Perdemos Nana Caymmi, uma das vozes mais marcantes e emocionante da nossa MPB. Que sua arte siga nos inspirando. Descanse em paz!!